Nesta mesma época de 2024, o Inter cogitava contratar jogadores do tamanho de Rafael Borré, Lucas Alario, Fernando e Thiago Maia, entre outros. Todos têm trajetória internacional, com passagens por clubes da Europa e salários altos. Um ano depois, os dirigentes colorados analisam outras prateleiras. Sem dinheiro, usam a criatividade para resistir às propostas pelos jogadores do clube e para trazer reforços, na tentativa de manter o nível de competitividade do time. A estratégia, imposta pelas restrições orçamentárias, é fazer mais (ou, no mínimo, o mesmo), com menos.
“A manutenção do nosso elenco é mais importante do que qualquer outra coisa. Mas não estamos olhando só para uma segunda prateleira. Estamos sendo criativos no mercado para dar mais qualidade ao elenco. Neste ano, o orçamento é menor, muito menor. A folha será menor e os investimentos também serão menores”, reconheceu o vice de futebol, José Olavo Bisol.
Além do prosseguimento de uma espinha dorsal da equipe, intento que até agora teve sucesso, Bisol acredita na estrutura montada dentro do vestiário. D’Alessandro, Roger, Paulo Paixão e o executivo André Mazzuco, além dele próprio, podem compensar os investimentos menores.
“O grupo e o trabalho feito no dia a dia desde o ano passado dão esperança. A continuidade do trabalho, a sinergia entre todos que trabalham aqui, especialmente o Roger, que é parceiro na busca de soluções para os problemas. Além disso, o elenco já é bom. Óbvio que tem deficiências, mas vamos ter um time competitivo, que me dá esperanças de voltarmos a conquistar os títulos que a nossa torcida merece”, segue o dirigente.
O desafio maior é voltar a vencer, começando pelo Campeonato Gaúcho. Após a derrota para a seleção mexicana, na noite de quinta-feira, por 2 a 0, o time colorado volta a campo na próxima quarta-feira, em Bagé, para enfrentar o Guarany em sua estreia no torneio. Bisol garante que o vestiário conhece a importância da competição, inclusive pela possibilidade de o Grêmio, em caso de novo título, igualar o octa, marca que desde 1976 é exclusiva dos colorados.
“Os atletas que estão aqui precisam entender a realidade do clube e o que estamos devendo para o torcedor. Os que estão chegando têm que entender rápido tudo isso e ainda conhecer a história do clube. Temos que estar na mesma página e olhar para o mesmo lado”, finaliza.