Não é só pelas bandas de cá que Victor Gabriel tem sido uma grata surpresa do começo da temporada colorada. Pelas bandas do Recife, local de onde saiu emprestado do Sport até o final da temporada, o desempenho do jogador também chama atenção. Aos 20 anos, pelo menos por ora, o jovem desbancou os experientes Rogel e Clayton Sampaio, além do recém-chegado Kaíque Rocha. Até aqui, a maior dúvida neste momento da carreira foi vencida.
“Acho que ele carimbou definitivamente o passaporte para o profissional. Foi o maior teste dele também. A dupla ele e Vitão se entendeu muito bem. São evoluções que nos dão condição de voltar ao mesmo nível do ano passado”, celebrou Roger Machado no sábado.
Lateral-esquerdo de origem, Victor viu surgir para ele a oportunidade em outra posição, perto de onde costuma jogar, mas com outras exigências. Inexperiente no Leão da Ilha, uma atuação em Itaquera contra o Corinthians o fez ser substituído no intervalo pelo então técnico Umberto Louzer.
“Era algo curioso porque na base ele parecia estar sempre num patamar técnico e físico acima da garotada do Sub-20, mesmo tendo menos idade. Mas quando subia no profissional, não se destacava”, conta Igor Moura, comentarista da rádio Jornal do Comércio, de Pernambuco.
Ao lato de Vitão, Victor Gabriel teve uma atuação segura no Gre-Nal quando teve muitas vezes de marcar Braithwaite, o atacante mais perigoso do Grêmio. O batismo no clássico faz parte da sequência recebida a partir da estreia do Inter no ano quando entrou na equipe em meio ao jogo contra o Guranay após lesão de um companheiro. Desde então se firmou e hoje é titular, para a surpresa de quem o viu sair do nordeste não faz muito tempo.
“Me pega de surpresa sim. Mas parece que foi uma adaptação muito inteligente de quem idealizou ele de zagueiro. Claro, mérito total do garoto por se adaptar e conseguir mudar a forma de jogo. Dificilmente alguém tão jovem consegue alterar assim forma de jogo em posições tão diferentes e conseguir jogar naturalmente”, completa Moura.
Amanhã na escalação estará o camisa 41 por uma razão explicada por Roger quando deu a Victor a primeira chance: “No jogo, ele repete o treino. Como trabalha com muita seriedade, não enxergo a idade como obstáculo”.